O Palácio da Brejoeira e a quinta que o rodeia, em Monção, foram vendidos a investidores da Arábia Saudita, foi hoje confirmado pelo accionista maioritário Emílio Magalhães – tinha 55% da empresa.
Os valores ainda não são conhecidos, mas, de acordo com os valores estimados nos últimos anos, o negócio deve rondar os 25 milhões de euros.
A notícia foi avançada, esta quarta-feira, pelo jornal Público, que sublinha que é a primeira vez que investidores sauditas apostam no negócio dos vinhos em Portugal. Contudo, o mesmo jornal aponta que o interesse principal pode ser a exploração hoteleira do espaço situado na freguesia de Pinheiros.
Nos últimos anos foram conhecidos diversos interessados, como grupo Amorim, Sonae, o dono da Zara (Amancio Ortega), Joe Berardo e o ‘gigante’ do vinho do Porto Symington.
O Palácio da Brejoeira, construído no início do século XIX, é um dos ‘ex-libris’ do concelho de Monção e daquela sub-região dos Vinhos Verdes, contando com 28 hectares, sendo 17 de vinhas da casta Alvarinho, três de jardins e oito de bosque.
Foi erguido por um cavaleiro da Ordem de Cristo e tem mudado de mãos ao longo dos anos. No século XX, foi adquirido comendador Francisco de Oliveira Paes para o oferecer a sua filha Maria Hermínia Silva d’Oliveira Paes, nascida em 1918. Foi esta quem reestruturou a propriedade e procedeu à plantação e comercialização do prestigiado vinho da casta Alvarinho “Palácio da Brejoeira”.
Maria Hermínia d’Oliveira Paes residiu na área privada do Palácio até à data do seu falecimento, que ocorreu a 30 de dezembro de 2015.
Um ano depois, Emílio Magalhães tornou-se o acionista maioritário da empresa, sendo que os restantes 45% eram propriedade de uma família da zona de Lisboa.
O palácio classificado como Património Nacional desde 1910 e representa o encontro entre dois estilos – Barroco e Neoclássico. Está aberto ao público diariamente para visitas.