António Loureiro, mais conhecido como “O Alentejano”, esteve em Viana do Castelo a afiar à moda antiga.
Percorre o país de lés a lés para ganhar a vida com a arte que aprendeu com o avô. Passou os últimos dois dias em Viana do Castelo e, ao fim desta tarde, já estava em Espinho.
Anda sempre com a sua bicicleta e “pedala em seco” para fazer rodar o esmeril, a pedra dura que afia facas, tesouras, chapéus de chuva, sombrinhas, alicates de unhas, tesouras de relva e da poda. É um dos últimos amoladores em atividade no país.




Em 2022, numa reportagem publicada por O MINHO, sublinhou que também arranja tachos e panelas, “mas agora já não aparecem”. “Estão em vias de extinção como os amoladores. Se não houver força das pernas, acaba. Isto não vai durar sempre”, afirmou.
Nascido no Alentejo, em Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, António conhece o país todo graças à “arte” que chegou à terceira geração, mas que nenhum dos três filhos quis seguir.
A carrinha onde se desloca de terra em terra, e transporta a bicicleta com mais de 40 anos, é também o porto de abrigo para as noites. Serve para dormir, mas para as refeições António recorre aos restaurantes que já conhece e onde come pelo melhor preço.
Depois de Viana, rumou a Sul com a sua oficina andante que continua a rodar o país. Parou em Espinho para afiar e, depois, segue viagem até regressar a casa, em Almada, distrito de Setúbal.